É inegável que 2018 foi um ano memorável para o cinema latino-americano. Com produções como Roma, Uma noite de 12 anos, As Herdeiras, Pássaros de Verão, O Anjo, entre tantas outras, as temáticas que tratam de diversos aspectos da cultura, política e sociedade latino-americanas contemporâneas ganharam as telas do cinema em todo mundo.
E mais que isso. Ganharam lugar de destaque nos mais importantes festivais de cinema do mundo, indicações a prêmios e, claro, receberam muitos dos mais importantes prêmios.
Este é o caso de Roma, dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, que não só levou mais de 30 prêmios pelo mundo (incluindo Melhor Filme no Festival de Veneza 2018 e também o Globo de Melhor Direção e três Oscars – Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Direção e Melhor Fotografia) como também garantiu indicações históricas de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante para Yalitza Aparicio e Marina de Tavira.
Rodado em preto-e-branco, o longa que narra a vida de uma família de classe média pela ótica do diretor, que enfatiza e traz para primeiro plano a vida de empregada doméstica desta família, tem toques da própria infância do diretor no bairro de Roma na capital mexicana dos anos 1970.
Roma acaba de quebrar mais um recorde e é o filme mais indicado da VI Edição dos Prêmios Platino, que celebra o cinema produzido em países de língua espanhola e português. O longa de Cuarón concorre em nove categorias, seguido por Uma Noite de 12 Anos e Pássaros de Verão, ambos com seis. O espanhol Campeones vem ao ao lado de As Herdeiras (coprodução Brasil – Paraguai – França – Alemanha e Noruega), com cinco.
O longa de Cuarón deve ser o grande vencedor da noite de entrega dos Prêmios Platinos, em 12 de maio, na festa a ser realizada no Teatro Gran Tlachco de Xcaret, na Riviera Maya (México). Mas o público de São Paulo tem rara oportunidade de conferir o filme na tela grande no dia 12 de abril, sexta, e no dia 20 de abril, sábado, no 45o Festival Sesc Melhores Filmes.
Já Uma Noite de 12 Anos, coprodução entre Argentina, Uruguai, Espanha e França, tem sessão no dia 17, quarta, e 25, quinta. Dirigido por Álvaro Brechner, o longa retrata um episódio particular da vida de Jose “Pepe” Mujica durante a Ditadura Civil-Militar no Uruguai. A narrativa acompanha Mauricio Rosencof, Mujica e Eleuterio Fernandez Huidobro ao longo de 12 anos em que foram presos e torturados e sua luta para sobreviver e recuperar a liberdade.
Entre os brasileiros indicados ao Platino, além de As Herdeiras, está O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues, que concorre em duas categorias: Melhor Música Original (Chico Buarque e Edu Lobo) e Melhor Direção de Arte (Arthur Pinheiro).
Já As Herdeiras, de Marcelo Martinessi, disputa os Platinos de Melhor Obra de Estreia em Ficção; Roteiro (Marcelo Martinessi), Melhor Atriz (Ana Brun), Melhor Fotografia (Luis Armando Arteaga) e Prêmio Platino de Cine Educação e Valores (para as produtoras La Babosa Cine, S.A., Pandora Film Produktion, La Fábrica Nocturna Production, Mutante Cine, S.R.L., Esquina Filmes, Norsk Filmproduksjon (Paraguay, Alemania, Uruguay, Brasil, Francia, Noruega).
Confira a programação completa do 45o Festival Sesc Melhores Filme no site do Sesc em São Paulo.