A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela cerimônia do Oscar, consagrou no último domingo (12) a ficção científica “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” com sete estatuetas das onze indicações que o filme recebeu. Os prêmios foram nas categorias Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original (Daniel Kwan e Daniel Scheinert), Melhor Atriz (Michelle Yeoh), Melhor Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan), Melhor Atriz Coadjuvante (Jamie Lee Curtis) e Melhor Montagem. O longa estreou no primeiro semestre de 2022 e, em resposta ao sucesso de crítica e público – mais de 100 milhões de dólares nas bilheterias mundiais –, se consolidou como a principal aposta do estúdio norte-americano A24 na temporada de premiações.
A vitória de “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” no Oscar rompe com alguns paradigmas de representatividade na trajetória da Academia. Por exemplo, em 95 anos de premiação, é a primeira vez que uma intérprete asiática vence na categoria Melhor Atriz. Nascida na Malásia, Michelle Yeoh iniciou sua carreira aos 23 anos de idade, estrelando filmes de artes marciais em Hong Kong com a dispensa de dublês. O seu reconhecimento em Hollywood veio com o papel da agente secreta chinesa Wai Lin em “007 – O Amanhã Nunca Morre” (1997) e, posteriormente, com o magnífico “O Tigre e o Dragão” (2000), de Ang Lee.
Outra premiada que fez história na cerimônia deste ano foi a figurinista Ruth Carter, que se tornou a primeira mulher negra a vencer 2 Oscars. Ela faturou a sua segunda estatueta pelo filme “Pantera Negra: Wakanda para Sempre”, quatro anos após vencer Melhor Figurino pelo filme original da franquia, “Pantera Negra”, em 2019. Carter também é uma veterana da indústria, tendo trabalhado com diretores renomados, como Spike Lee, Ava DuVernay, Steven Spielberg, entre outros.
Tanto “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” quanto “Pantera Negra: Wakanda para Sempre” concorrem nas quatro categorias dedicadas ao cinema estrangeiro do 49º Festival Sesc Melhores Filmes. As votações ocorreram durante o mês de fevereiro, e os vencedores do júri popular e da crítica serão revelados no dia 5 de abril, às 20h, em cerimônia com entrada gratuita no CineSesc. Para acompanhar o anúncio dos vencedores, basta retirar o ingresso na bilheteria com 1h de antecedência.
A história reimaginada de “Pinóquio”, dirigido pelo mexicano Guillermo del Toro, saiu vitoriosa no Oscar na categoria Melhor Animação. No Festival Sesc Melhores Filmes, a animação é indicada nas categorias Melhor Filme e Melhor Direção. As duas maiores bilheterias do cinema no ano passado, “Avatar: O Caminho da Água” e “Top Gun: Maverick”, triunfantes no Oscar em Melhores Efeitos Visuais e Melhor Som, respectivamente, também são candidatas do festival, e considerando o apelo com o público, ambas as superproduções têm chances de serem premiadas.
No Oscar 2023, o segundo filme que recebeu mais estatuetas foi o representante da Alemanha, “Nada de Novo no Front”, de Edward Berger. Ambientado na 1ª Guerra Mundial, a produção ganhou Melhor Filme Internacional e se esbaldou nas categorias técnicas: Melhor Fotografia, Melhor Design de Produção e Melhor Trilha Sonora.
No entanto, mesmo lançado em 2022, “Nada de Novo no Front” não está entre os candidatos do Sesc Melhores Filmes porque o festival considera somente longas-metragens com lançamento no circuito de cinema, e o filme alemão foi direto para o streaming. O mesmo caso se aplica ao indiano “RRR: Revolta, Rebelião, Revolução”, de S.S. Rajamouli, que ganhou o Oscar de Melhor Canção Original pela contagiante “Naatu Naatu”.
Ainda assim, muitos indicados badalados à premiação de Hollywood seguem no páreo do 49º Festival Sesc Melhores Filmes. Entre eles, estão a biografia do Rei do Rock “Elvis”, de Baz Luhrmann; o sensível “Aftersun”, de Charlotte Wells; “Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades”, de Alejandro González Iñárritu; e a versão obscura do Homem-Morcego “Batman”, de Matt Reeves.
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